sábado, 27 de maio de 2017

Olá, Pessoal Escrevo em uma noite que mais parece uma tarde. São 20h de um sábado primaveril e ainda está claro, a noite demora a ch...

Olá, Pessoal

Escrevo em uma noite que mais parece uma tarde. São 20h de um sábado primaveril e ainda está claro, a noite demora a chegar por aqui, dizem que ela é um pouco preguiçosa e chega de mansinho, eu não digo o contrário, até prefiro assim. Um pouco manhosa, um pouco lentinha, mas sempre fresca e calma.

Essa semana foi um pouco pesada, pois parece que todas as obrigações se concentraram na quinta-feira. Pela manhã apliquei o teste de atitudes linguísticas, com a ajuda da professora Isabel, aos alunos chineses. Foi um pouco tenso, como habitual, me apresentei com aquele nervosismo e uma voz embargada, mas a gentileza e a atitude da professora me ajudaram bastante. Enquanto grampeávamos, as outras cópias dos testes, os alunos o respondiam silenciosamente. Em seguida fui ao departamento de Educação para fazer a apresentação do trabalho da disciplina Organização e Gestão Escolar. Formamos um grupo bem heterogêneo, multicultural. A Júlia e eu, brasileiros, a Inês, portuguesa e a Klaudia, polaca. E logo após fiz a última prova escrita de espanhol. Foi muito difícil, a professora escolheu os verbos irregulares nas suas piores conjugações e não teve nenhuma pergunta sobre vocabulário, em que eu pensei que poderia ajudar na nota.

Sei que estou devendo uma postagem decente sobre a minha Iniciação Científica (IC), e acredito que chegou a hora de escrever um pouco a vocês como está acontecendo. Estou na fase de aplicação do teste, isso quer dizer, quase no final, pois depois de ter os testes respondidos, analisados, escreverei a análise e finalizarei, parcialmente, a IC.

Uma das nossas responsabilidades como estudantes intercambista aqui em Portugal, na Universidade de Aveiro é escrever a IC, além das postagens semanais no blog, os estudos orientados, e as famosas Atividades Acadêmico-científico-culturais (AACC). A minha IC tem o título: Atitudes linguísticas de graduandos do Curso de Letras de uma universidade portuguesa, esse título pode ser alterado até o final da pesquisa, pois a pesquisa também contemplará os alunos brasileiros em que iremos fazer uma comparação analítica futura.

Escrevo com a ajuda da professora Juliana Bertucci, que é a minha orientadora. A nossa área é a sociolinguística e o campo de investigação é sobre crenças e atitudes, como bem já diz o título. Estamos usando os trabalhos de: “(CYRANKA, 2007; 2011; 2014), RONCARATI, 2008; BOTASSINI, 2009, CUBA; BARBOSA, 2013; MARINE; BARBOSA, 2016, entre outros, assim como também Labov, Giles, Ryan e Sebastian.”.

Essa experiência tem sido muito desafiadora, pois além de fazê-la preciso conciliar o tempo com as disciplinas. A professora é muito gentil e os seus comentários são muito práticos e assertivos. Basicamente eu leio, escrevo e envio a ela. Depois ela lê, revisa, anota os comentários, ou futuras alterações e me envia. Eu leio os comentários, altero e continuo o trabalho. A nossa última troca de e-mail foi sobre o teste, ela o revisou, disse que estava bom e assim que eu o aplicar a todas as turmas pretendo retornar à professora pedindo orientação para os próximos passos.

Esse trabalho é muito importante, pois é por meio dele que podemos encarar o ensino de língua portuguesa de uma forma diferente. Antes dele eu não imaginava o quanto de material e pesquisadores temos a respeito do tema. O que mais me chamou a atenção é a lentidão dos estudos a atingir a escola. Para você ter uma noção: “A teoria sociolinguística apresenta seu início na década de 1960 com o linguista estadunidense William Labov fundamentando os estudos linguísticos em sua teoria e metodologia com objetivo de explicar os fenômenos da variação da língua compreendido em seu fator social, principal objeto de estudo da sociolinguística. (VELOSO, 2014, p.3).”. Viu só? 1960 e até hoje a gente não tem uma clareza sobre a variação linguística na escola, ainda ouvimos de falar errado, maneira de falar feia... Bom, acredito que estudos como esses poderão ajudar os alunos e professores a adotar uma diferente consciência linguística.

O teste apresenta 25 perguntas e está dividido em duas partes, a primeira é um perfil social, ou seja, sexo, idade, nacionalidade, profissão... E a segunda parte é o teste praticamente dito. Dividido em blocos em que cada um tenta identificar elementos como: identificação das línguas de aquisição e de uso, consciência da diversidade e nível de conhecimento das variedades faladas entre outros.

Fiz duas versões, portuguesa e brasileira. A minha professora de Linguística foi muito generosa em ler e apontar as alterações para a variante portuguesa (Obrigado, professora Rosa Lídia). Pensei que se o entrevistado lesse as perguntas na sua variante isso poderia ajudar na sua compreensão e proximidade com o texto. Não sei se me expliquei bem, é algo do tipo: “Me sinto mais confortável lendo assim”. Essa ideia trouxe novos conhecimentos, um deles é em relação à palavra: você, ela existe, mas não é explícita e sim subentendida. Exemplo:

Variante portuguesa: Questão 2 – Diariamente utiliza a mesma língua materna para se comunicar?

Variante brasileira: Questão 2 – Diariamente você utiliza a mesma língua materna para se comunicar?

Agora consigo entender o motivo de alguns professores dizerem: O Angelo pode trazer, o Angelo fará... Falando comigo e não para outra pessoa. É uma maneira de falar você implicitamente, aqui, usando o nome do alocutário. (Genial! Haha...).

Sinto que a minha IC é uma colcha de retalhos, pois tenho aqui no meu computador tantas versões que às vezes me perco. É um escrever, reescrever, enviar, alterar que não sei mais como irá ficar o final do Frankenstein. Mas confio muito na minha orientadora, e aproveito aqui esse parêntese para agradecê-la. (Obrigado pela paciência, senso de humor, leituras e releituras, dos meus pedacinhos de IC.).

Se você gostaria de saber algo mais sobre a IC ou sobre qualquer outro assunto, deixe abaixo os seus comentários. Ah, talvez vocês devam estar se perguntando sobre as fotos que ilustram essa postagem, pois bem, são momentos que passei com os meus amigos aqui, na universidade, nos eventos para além, são uma espécie de registro “imagético” do cotidiano dos meus dias. Como um blog é um relato, cabe também conter essas imagens de sorrisos eternos que me darão saudades ao revisitá-los.


Bom pessoal por hoje é só! Até a próxima semana.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Olá, Pessoal. Por aqui faz uma tarde ensolarada e quente. O céu azul faz um contraste muito bonito com as folhas das árvores. Da saca...

Olá, Pessoal.

Por aqui faz uma tarde ensolarada e quente. O céu azul faz um contraste muito bonito com as folhas das árvores. Da sacada de casa é possível ver as copas das árvores e enquanto caminho à Universidade sempre admiro essas paisagens.

Ontem, a manhã era nebulosa, uma neblina fria pairava pelas ruas que compõe meu caminho habitual. Fui de bicicleta e com meu celular no bolso do casaco. Ao subir uma rampa, me escapou pelo bolso lateral, em um salto, o celular, ele se precipitou ao chão, em seguida um carro passou em cima dele com as rodas dianteiras e traseiras. Não sofreu escoriações, salvo a capinha de vidro, que retirei em seguida. Agora não liga, não faz nada. Conclusão... O perdi e não tenho planos de comprar um outro imediatamente. (Era só para avisar minha família, amigos e você que lê esta postagem.  Obrigado!)

Durante esse tempo por aqui, tem acontecido coisas muito engraçadas, como esta que acabo de relatar. Acho importante contar algo desse tipo, afinal a nossa vida há grandes momentos que não registramos e dizer que não são importantes é apenas um julgamento como outro. A nossa história é feita de momentos e basta a nós escolher os que mais nos prover, brincar com os fatos, sorrir da casualidade, crescer e amadurecer perante aos desafios. Escolho essas “cenas” cotidianas como os fragmentos de mim, que pairam no ar de minha memória e, que agora, as conto aqui: “... mais leve que a sombra dum reflexo de cuidado.” (Ribeiro, Aquilino).

Nos dias 17, 18 e 19 de maio a Universidade de Aveiro, em parceria com a Universidade Católica de Lovaina (KU Leuven), realizou o Congresso Internacional dedicado ao tema O conto: o cânone e as margens. Consegui participar das conferências, alternadas, nos três dias e foi muito interessante. Tivemos na sessão de abertura a participação do teórico mexicano Lauro Zavala (UAM, México), o professor nos falou sobre a Breve história da teoria do conto. Tivemos também nesse dia duas apresentações do Instituto Confúcio, a saber: Dança do dragão, por alunos do DeCA e do IC-UA e apontamento musical, por Vítor Castro (guitarra) e Lu Yanan (pipa). Para não me estender muito sobre o congresso, deixarei aqui o link do programa, para que vocês possam consultá-lo. (Ah, podem fazer, aqui, o download dos resumos, são interessantes).

Na próxima quinta-feira será um dia muito agitado. Tenho pela manhã a minha disciplina favorita, logo após apresentarei com as minhas colegas o nosso trabalho da disciplina de Organização e Gestão Escolar. Nesse trabalho iremos falar sobre a Escola da Ponte, a sua arquitetura, a sua organização pedagógica, a sua avaliação externa e a sua metodologia de ensino-aprendizagem. Estamos na Semana Intercultural (de 22 de maio a 6 de junho) e iremos participar apresentando o nosso trabalho em uma aula aberta. Clique aqui e veja o programa completo.

Logo após, tenho a última prova, escrita, de espanhol em que toda a matéria do semestre cai. Confesso que estou um pouco preocupado, tivemos revisão hoje e até suei. Na semana que vem teremos que entregar a última composição, devemos escrever uma carta que contemple a maioria do vocabulário visto no semestre e entregá-la no dia da prova oral. Para esta prova devemos ler o livro: El alquimista Impaciente do escritor madrilense Lorenzo Silva, e assistir o documentário: Bye Bye Barcelona. O livro está lido e o documentário assistido, já tenho os apontamentos e só me falta revisar.


Bom, pessoal é isso! Até a próxima semana. 

P.S.: Pessoal, segue o link do Blog da Júlia. Ela nos conta como foi a nossa visita à escola da Ponte e dá mais detalhes sobre o nosso trabalho.

terça-feira, 16 de maio de 2017

Estimado rey de Plutón: Espero que estés bien. Yo estoy muy contento por la gran oportunidad que nos has ofrecido, este intercambio...


Estimado rey de Plutón:

Espero que estés bien. Yo estoy muy contento por la gran oportunidad que nos has ofrecido, este intercambio para beneficio de ambos planetas.

Confieso que la carta que nos has enviado me sorprendió y me provocó muchas dudas. La manera que ordenas tus ideas en nuestro idioma y el discurso contenido en tu carta son las cosas que más me llamaron la atención. Es posible observar cómo te gusta tu planeta aunque demuestras que la vida en Plutón te resulta aburrida.

Tenemos pocas informaciones acerca de tu planeta, descubrimos Plutón en 1930 y los expertos dicen que está muy lejos de la Tierra, tenemos 6 veces más tamaño y lo llamamos un planeta enano. Por eso, creo que deberás contar con más informaciones de nosotros que nosotros tenemos de ti. Pero bueno, no me cabe a mí reflexionar sobre estas cuestiones, pues no entiendo muy bien estos temas.

Cuando nos pides “Vosotros nos prestaréis por un año solar diez de las cosas más maravillosas de vuestro mundo”. Yo me quedo sorprendido, pues un año en la Tierra equivale a 248,54 años en Plutón, es decir que un año, es la órbita alrededor del sol, tarda más allá que aquí, por eso que se aclare eso, así podemos proseguir.

Como no puedo hablar en nombre de toda población humana, te escribo lo que me gustaría, si yo fuera el rey de la Tierra, cosa que no hay por aquí, y lo que podría hacer. Espero que estés contento con mi respuesta, aunque no te valga en la totalidad.

Pensando en las diez cosas que tendremos que cambiar y que después tendremos que devolver, me toca pensar en cosas que nos ayuden a desarrollar los sentimientos empáticos, pues creo que si fuésemos capaces de ayudarnos el uno al otro mutualmente el éxito del planeta Tierra sería seguro y con el paso de un año estaríamos mejores y más capaces.

Sigue una tabla donde pongo las diez cosas a compartir, pues puede llevarlas y también nos quedaremos con ellas. Pienso en estas cosas reflexionado lo que en tu planeta no hay, aquí todo lo que no tenemos no suele ser más valioso, dicho eso, pienso que pensarás lo mismo.

Diez cosas de la Tierra para ofrecerte
Diez cosas que pienso que necesitamos[i]
El Calor (Plutón tiene una temperatura superficial muy baja: -230 º C)
Algo que haga que las personas reconozcan sus defectos y darles ánimo para cambiarlos en forma de abrazos calentitos.
Pares de zapatos (Creo que sería útil para probar como es caminar sin tocar el piso, el suelo, la superficie)
Algo que haga que las personas prueben estar en el lugar del otro humano, sea familiar, amigo o desconocido.
Un espejo (Ese tipo de regalo, dicen algunos, fue usado con algunos pueblos que no lo tenían, sirve para reflejar)
Algo que haga que reconozcamos que nuestra inteligencia es diversa y limitada y que ninguna se sobrepone a otra
Un amanecer o una caída de la tarde (Es algo tan sencillo por aquí que por ser tan común casi nadie lo contempla
Algo que haga que las personas disfruten o simple de la vida en la Tierra sin pensar en otras cosas efímeras
El silencio (Sirve para muchas cosas, es un regalo, experiméntalo)
Algo que haga que las personas se conozcan íntimamente
Amistad (Escribiste: “No os preocupéis si son conceptos abstractos porque tenemos una máquina que puede trasladar cosas que no se pueden ver ni tocar)
Algo que haga que las personas sientan placer en ayudarse a sí mismo y a los otros
La diversidad botánica
Algo que haga que las personas no sientan vergüenza de ser diferentes
Cosquillas
Caramelos que producen sentimientos de autoconfianza, equilibrio emocional, paz interior y respecto mutual
La capacidad de apreciar todo tipo de arte
Algo que haga llegar a todos la misma oportunidad terrícola de hacer cosas y disfrutarlas
Amar
Algo que aumente nuestro progreso moral

Esto es todo. Ojalá que te gusten de estas cosas que a nosotros nos son tan caras y útiles.

Un cordial abrazo,

Angelo Ribeiro, un terrícola.



[i] “Aunque no sepáis cómo se llaman las cosas que necesitéis, describídnoslas con exactitud para ver si las tenemos.” Pág. 17.

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Olá, malta (pessoal)! O enterro (semana acadêmica) terminou e com ele as obrigações dos estudos retornaram. O final de semana passado...

Olá, malta (pessoal)!

O enterro (semana acadêmica) terminou e com ele as obrigações dos estudos retornaram. O final de semana passado (7/05) foi dia da mãe (dia das mães) aqui em Portugal. Essa data é uma convenção, conforme meus amigos disseram, antigamente, o dia da mãe era celebrado em oito de dezembro e mudou-se para o primeiro domingo do mês de maio. Tal como aí, aqui é bem parecido.

Hoje recebi a notícia que o meu trabalho foi aceite (aceito) para ser apresentado no V Congresso Internacional de Literatura Infantil e Juvenil que acontecerá em agosto na Unesp, em Presidente Prudente. Esse trabalho será desenvolvido sob a orientação da professora Ana Margarida Ramos, professora da cadeira (disciplina): Literatura para a Infância e Juventude.

Na semana passada a Universidade de Aveiro promoveu a VIII edição do Simpósio sobre Organização e Gestão Escolar, foram dois dias de evento em que pude ouvir professores, brasileiros e portugueses, sobre suas práticas didáticas e trabalhos científicos, assim como também a apresentação do livro: Voltemos à Escola – Como a Escola da Ponte ensina de forma diferente há 40 anos, pelo autor Paulo M. Morais.

O livro é muito interessante, Morais constrói uma narrativa que atrai e mantém a curiosidade, é detalhista e pode-se dizer que faz um retrato poético da escola, além de abordar e apresentar os temas escolares e seu cotidiano de forma simples e gostosa, também se fala da contribuição de Rubem Alves e suas crônicas. É muito interessante ler um livro em que um autor brasileiro é citado com tanta admiração e carinho. O livro foi lançado na última sexta-feira (12) e está disponível nas livrarias de Portugal, não sei se no Brasil já está.

Aproveitei a semana de “pausa” e conclui um curso online chamado: Pluralidades em Português Brasileiro, oferecido pela Universidade Estadual de Campinas em parceira com o Coursera. Este curso está disponível gratuitamente, se você não quiser o certificado e é dividido em cinco semanas com comprometimento de 2 a 4 horas de estudo por semana. Os títulos de cada semana são: 1ª. Boas vindas e introdução ao conceito de letramento crítico, 2ª. Identidades, 3ª. Identidades e culturas plurais, 4ª. Pluralidades em festas e 5ª. Sentir-se em cada em meio a pluralidades.


Bom, gente, por hoje é só! Até a próxima semana.

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Olá, pessoal Por aqui faz um dia lindo de sol, um pouco quente sob um céu azul com poucas nuvens brancas. Ontem à noite, por volt...


Olá, pessoal

Por aqui faz um dia lindo de sol, um pouco quente sob um céu azul com poucas nuvens brancas. Ontem à noite, por volta das 21h30, fui à serenata, uma apresentação de abertura da semana acadêmica, que contou com a presença das tunas da universidade. Tuna é uma reunião de jovens da universidade que tocam músicas. Sei que é muito simplista dizer assim, por isso vou deixar neste texto links para servirem de apoio para que vocês entendam melhor.

Estamos na semana acadêmica, aqui se chama enterro, é uma semana de festas em que os alunos ingressantes vão desfilar os seus carros pelas ruas de Aveiro e ganharão o gabão, uma espécie de capa que compõe o traje acadêmico. Essa tradição é comum nas universidades daqui, pelo menos nas que tive oportunidade de ver, em Porto e em Aveiro. Sabe aquelas roupinhas que os personagens da J.K. Rowling usam na série Harry Potter? Tipo aquilo. 

É muito bonito ver essa tradição e seus múltiplos significados, auxiliam os jovens na composição das suas identidades, estreitam laços de amizade e fortalecem a aliança universitária.

Visitei ontem, na cidade de Ílhavo, ao lado de Aveiro, no Museu Vista Alegre a inauguração da Exposição ILUSTRARTE de Isidro Ferrer. E também tive a oportunidade de ver outra exposição de ilustração chamada OUTRO MODO DE LER no mesmo local. Ambos exposições fazem parte da semana inaugural chamada Ilustração à vista.

Abaixo segue as informações que retirei do texto publicado no site: “gerador.eu”.

As exposições: 
As duas exposições temporárias estão integradas na primeira edição do Evento “Ilustração à Vista”.
“Outro modo de ler” é uma exposição que reúne nomes de grandes ilustradores portugueses. Sob a curadoria de Adélia Carvalho, esta exposição foca-se no livro ilustrado, que é hoje um fascinante veículo da melhor prática artística.
Isidro Ferrer é um dos mais geniais e influentes ilustradores contemporâneos e a sua exposição, comissariada por Ju Godinho e Eduardo Filipe, integra cerca de uma centena das suas obras mais representativas, da ilustração ao cartaz, da escultura ao design de comunicação.
Daqui a pouco irei à Universidade, pois nos próximos dois dias teremos o VIII Simpósio de Organização e Gestão Escolar em que o tema será: Rede escolar – (re)configurações, tensões e desafios. E por volta das 18h30, na sala 5.2.22, será lançado e apresentado o livro: "Voltemos à Escola. Como a Escola da Ponte ensina de forma diferente há 40 anos".

Bom, pessoal é isso! Até a próxima semana.


terça-feira, 2 de maio de 2017

Olá, pessoal Escrevo hoje para contar um pouco a vocês como está o clima de provas no curso. Estamos fazendo as primeiras provas do s...

Olá, pessoal

Escrevo hoje para contar um pouco a vocês como está o clima de provas no curso. Estamos fazendo as primeiras provas do semestre e com elas todos aqueles sentimentos estudantis que experimentamos antes, durante e depois. Tivemos as provas de Cultura Portuguesa I, Espanhol IV, Linguística Portuguesa III e hoje a prova de temas de literatura sobre o conto “Adão e Eva no Paraíso” de Eça de Queirós.

O professor nos deu uma folha com o excerto do conto e nos pediu: Comente o texto seguinte, integrando-o na obra a que pertence:

E não esqueçamos que Ele já nos ensinou, através de vozes levantadas em Galileia, e sob as mangueiras de Veluvana, e nos vales severos de Yen-Chou, que a melhor maneira de o amar é que uns aos outros nos amemos, e que amemos toda a sua obra, mesmo o verme, e a rocha dura, e a raiz venenosa, e até esses vastos seres que não parecem necessitar o nosso amor, esses Sóis, esses Mundos, essas esparsas Nebulosas, que, inicialmente fechadas, como nós, na mão de Deus, e feitas da nossa substância, nem decerto nos amam — nem talvez nos conhecem.

Eu comecei a resposta assim:

O trecho retirado do conto: “Adão e Eva no Paraíso” – publicado em 1897 traz o remate interrogante do conto, caracterizado pelo dualismo: evolução x involução? Em um tom lírico, carregado de um pessimismo antropológico. E por ai foi...

Em meio aos tantos pensamentos que permeavam em minha cabeça e a dificuldade de transcrevê-los de forma sistemática e inteligível, coerente e coesa, ouvi e observei o professor questionar um aluno a respeito de sua resposta curta, pouco mais de meia folha. Adotei uma posição empática e pensei logo na consequência dessa ação, se fosse comigo. Soou desestimulador esse julgamento precoce, enaltecendo a forma em detrimento ao conteúdo, ainda desconhecido. Estou inclinado a observar as ações dos meus professores com fim de refletir também no meu posicionamento como aluno e futuro professor.

Esse processo de formação é imprescindível para que eu me forme para além do certificado oferecido pela Universidade. Gostaria muito de ser um instrumento de estímulo e transmissor de conhecimento aos meus alunos, a fim de gerar um aprendizado mútuo entre nós na prática do pensamento crítico e respeitoso.

Divago em ideias que, ainda limitadas e em processo de construção e lapidação, possam alterar e contribuir para uma sociedade mais justa e igualitária. Ainda penso na difícil tarefa de cada papel social, a minha como aluno e dos meus professores. Sei que cada papel é importante e, por ora, consigo ver mais a minha posição por estar vivenciando-a, mas tento também me colocar na posição do professor. Acredito que não é uma tarefa fácil e sempre é um jogo de tentativas, ora de acertos, ora de erros.

A pressão que, nós alunos, sofremos em uma prova e a preocupação de uma nota pode nos tornar incapazes de perceber a essência de um estudo, da função catártica que um texto pode oferecer. Não podemos nos restringir apenas à teoria ditada excluindo a sua aplicação na prática, principal intuito da literatura. Viver é mais que existir, se sofremos pressões sociais e de cariz acadêmico é para aprendermos de maneira “simulada” e orientada de como será uma possibilidade na vida real, quando formos nós os professores.

Acredito que quando um aluno escolhe o seu curso não tem uma ideia clara do que vai ser, do que irá estudar, dos desafios que enfrentará, portanto a sua paixão e entusiasmo pode diminuir ou aumentar de acordo com as suas vivências. Nesse trajeto podemos encontrar professores que nos instigam, nos dão uma luz, como dizem por aqui: “Se fez luz ao meu espírito”, é fundamental que tenhamos professores que gostam do que fazem mesmo apoiados na teoria sejam também propagadores da “beleza”, do lado interessante, da função prática e humana que a disciplina pode oferecer.

Para ilustrar esse pensamento recorro à memória de um dia ouvir a minha professora dizer: “Como eu farei para que os meus alunos gostem também disso?” Vejo nessa preocupação uma iniciativa entusiasmada, a força de um semeador, na alegria e motivação de apresentar um dos possíveis caminhos do saber, de ser um agente social modificador.

Tais questões são consequências de um caminho elegido, ainda não dominamos por completo todas as respostas, e seria utópico acreditar que um dia dominaremos todas, é inerente ao aprendizado a capacidade de mudança de opinião, de focalização e da ideia de verdade.


Portanto a dificuldade pode residir na crença de acreditarmos que somos incapazes, devemos assumir um posicionamento de possibilidade perante a uma avaliação desta natureza. Gostaria muito de me lembrar disso ao avaliar meus alunos. Vou tentar reconhecer em suas provas, em suas poucas linhas escritas, a manifestação de seus conhecimentos adquiridos e suas tentativas de análise e reflexão, pois para todo dia cabe a sua luta e para a eternidade a efemeridade da vida humana, restrita a não muito mais de uns pares de anos terrestres.