domingo, 30 de outubro de 2016

Olá, pessoas. O outono por aqui é muito bonito, as árvores estão deixando suas folhas caírem transformando o chão em um tapete de fol...

Olá, pessoas.

O outono por aqui é muito bonito, as árvores estão deixando suas folhas caírem transformando o chão em um tapete de folhas secas, e as que ainda permanecem nas árvores são amarelas, o que nos dá uma bela paisagem. O sol ainda aquece as ruas, mas o vento frio é constante. A chuva também não se deixa esquecer, ela chega sem avisar e me faz alterar a rota até a universidade indo a pé e deixando a minha bicicleta guardada.

Esta semana tem duas provas, uma de Linguística Textual e outra de Língua Portuguesa I. Também teremos a presença das professoras brasileiras: Juliana Bertucci e Talita Marine que darão aulas abertas sobre “O ensino de língua portuguesa no Brasil, na perspectiva variacionista”, nos dias 2 e 3 de novembro. Aqui o feriado de finados é no dia 1 de novembro.

A matéria da primeira prova de linguística textual será: a definição sobre linguística textual, texto e textualidade, sete fatores de textualidade segundo Beaugrande & Dressler, as diferenças entre escrita e oralidade, gêneros textuais e variação linguística, linguagem da notícia e estilo burocrático – regulamentos.

A prova de Língua Portuguesa I será na tarde do dia 2 de novembro e abordará o que é a língua, variação e normalização. Assim como a nova proposta de classificação dos dialetos galego-português, as variedades geográficas da Língua Portuguesa, o Português Brasileiro, a fixação da norma, a gramática e a mudança da língua no tempo e no espaço.

Estou trabalhando nas leituras sobre a iniciação científica que, por enquanto, tem o título: Atitudes linguísticas de graduandos do Curso de Letras de uma universidade portuguesa. Tenho que ler e escrever sobre as definições de atitudes, justificar o estudo das crenças e falar sobre a terceira onda da Sociolinguística. Estou desenvolvendo a justificativa e o embasamento teórico com a ajuda da professora orientadora.

Confesso que é uma tarefa desafiadora, é a primeira vez que escrevo algo do tipo e é preciso leitura e escrita, por isso é comum que surjam dúvidas e a pergunta constante se estou no caminho certo. Contudo sei que sou um aprendiz e estou aprendendo a fazer, embora devagar. O aprendizado é motivador e é conquistado a cada orientação.

Bom, é isso pessoal. Vou continuar o meu resumo para a prova de amanhã e, em seguida, tentar escrever mais sobre a iniciação científica. 


Um abraço, até a próxima.

domingo, 23 de outubro de 2016

Recensão Crítica Título: A Baleia Autor: Benji Davies Ilustrador: Benji Davies Tradutor: Rui Lopes Editora e Local de edi...

Recensão Crítica

Título: A Baleia
Autor: Benji Davies
Ilustrador: Benji Davies
Tradutor: Rui Lopes
Editora e Local de edição: Orfeu Negro, Lisboa
Ano: 2016
ISBN: 978-989-8327-63-5
Palavras-chave: Mar, Baleia, Menino, Amizade, Coragem, Empatia, Família

Áreas Temáticas: Livros em Português > Infantojuvenil > Livros Ludodidáticos > Infantil
Leitores preferenciais: Pré-leitores 


A delicadeza da capa de “A Baleia” e a singeleza dos traços da ilustração chamam atenção para essa obra premiada em 2014 no Reino Unido e que foi lançado recentemente em língua portuguesa. É um tesouro a se explorar. 

Benji Davies vive na capital inglesa e ganhou o Oscar's First Book 2014, prêmio criado com o objetivo de encontrar um livro mágico para crianças em idade pré-escolar. Esta obra é seu primeiro trabalho. Inédito em Portugal e publicado pela Orfeu Negro em janeiro de 2016, o livro une um texto claro a páginas inteiras recheadas de ilustrações, motivando o leitor a observar os detalhes. É difícil se apegar apenas ao texto e não admirar a composição das cores e a beleza desse ambiente oceânico ilustrado também por Davies.

O livro, destinado preferencialmente a pré-leitores, tem por protagonista um menino inteligente e solitário chamado Noé que vive com seu pai e seis gatos em uma casa a beira mar. Em uma manhã, após uma tempestade noturna, Noé sai a caminhar pela praia e encontra uma pequena baleia, emocionado e empático se esforça para ajudá-la e a leva para o conforto da banheira de sua casa, brotando ali uma das mais comoventes histórias sobre a amizade. 

“A maravilha do mundo, a beleza e a força, as formas das coisas, as suas cores, luzes e sombras, tudo isto eu vi. Vê tu também, enquanto há vida.” Essa frase precede a história, aquece nosso coração e o desejo de conhecer essa singela obra que retrata tão bem um sentimento benevolente e caro aos seres humanos. 

domingo, 16 de outubro de 2016

Olá, pessoas. Por aqui o sol está encoberto por nuvens cinza e uma fina garoa deixa constantemente as ruas molhadas. A chuva parece bri...

Olá, pessoas.

Por aqui o sol está encoberto por nuvens cinza e uma fina garoa deixa constantemente as ruas molhadas. A chuva parece brincar com a gente, pois em intervalos ela vem mais agressiva, com seus pingos pesados e outro momento some como se não houvesse deixado seu rastro.

O outono é muito úmido, não seca as roupas que colocamos no varal e na sacada fica impossível deixar durante a noite sob forte ameaça de acordarmos e estarem ainda mais molhadas.

Embora pareça um cenário nostálgico e triste não é assim que se apresenta. Esse clima me deixa mais motivado a ler e fazer minhas intermináveis obrigações universitárias. Sim, não é exagero, não acabam nunca as listas de exercícios, as leituras e sempre que termino uma eu penso naquela outra coisa que também está por fazer. Não é nada tedioso, diria um pouco cansativo.

Sobre a apresentação do trabalho de variação linguística na semana passada: foi bem tranquila. Ainda que eu tenha ficado nervoso como habitualmente, foi interessante realizar essa apresentação para os meus colegas portugueses e descobrir o interesse deles pelo assunto.

Hoje também quero compartilhar com vocês algumas observações sobre atribuição de sentido, algo a que não estamos acostumados a prestar atenção, pois é natural estar entre pessoas que entendem a nossa língua, a nossa conversa.

A atribuição de sentido é um assunto muito comum no meu cotidiano. Tenho convivido com colegas chineses que estão aprendendo português e é difícil para eles entenderem algumas expressões que falamos cotidianamente. Um exemplo disso é a pequena história que eu vou contar.

Estava estudando na sala de estudos aqui de casa e um desses colegas me pediu que o ajudasse na procura de um filme que estivesse dublado e com legendas em português para praticar.

Depois de uma busca rápida no Google encontramos um filme e ele começou a assistir. Continuei a minha tarefa e minutos depois fui interrompido com suas dúvidas. Ele não conseguiu entender a legenda e atribuir sentido à frase: “Eu não curto o metal.” Para nós, que somos nativos é fácil entender a frase como: “Eu não gosto do estilo de música heavy metal.”, mas para ele, a frase não fazia sentido, pois soou literalmente como metal curto, ou seja, um pedaço de ferro estreito. Expliquei a ele que curtir é um verbo que usamos substituindo o gostar, portanto conjugamos curtir no lugar de gostar, quando estamos falando com nossos amigos diariamente. E metal é um gênero musical, que conforme a Wikipédia se desenvolveu no final da década de 1960 e início da década de 1970 no Reino Unido e nos Estados Unidos.

Outra dúvida também surgiu quando uma personagem disse: “Eu não entendo isso, não é a minha praia”. Para nós, isso é facilmente entendido como “Não entendo esse assunto, pois não gosto ou não tenho experiência com isso”. Para ele, praia, só tem um significado e não conseguia entender como essa palavra estaria inserida nesse contexto para fazer sentido. Depois de explicar ele pôde compreender o que a personagem falava.

A diferenciação de verbo e substantivo no contexto da frase também é outra coisa a se explorar. O meu colega chinês me perguntou: “Angelo o que é toco?”. Respondi: “Toco é um pedaço de pau. Após cortar uma árvore, sobra um pedaço de madeira, a que damos o nome de toco.” Percebi na sua cara que essa explicação não foi suficiente, pois ele ainda não conseguia atribuir sentido à palavra. Então, eu o perguntei: “Qual é o contexto dessa palavra?” – Pergunta ainda mais complicada, fomos até o computador e descobri que o nome “toco” ao qual ele se referia não era um substantivo e sim o verbo tocar conjugado na primeira pessoa do singular. A partir daí pude dizer que se tratava do verbo conjugado e que a personagem dizia que tocava um determinado instrumento.

Isso também aconteceu quando a personagem disse: “Você me pegou”, como explicar isso? Optei por substituir o “pegar” pelo verbo “surpreender” e expliquei que a personagem ficou surpresa e esse sentimento, na oralidade, pode ser expresso por “você me pegou”, no sentido de “você me surpreendeu”.

Lance, barato, disfarçar, “quem sabe com o tempo” são outras palavras, verbos e expressões às quais se atribui outro sentido, diferente do literal, em uma conversa entre amigos. Um lance foi explicado como um momento, algo rápido; barato como interromper algo bom, na frase “cortou o barato”; e a expressão “quem sabe com o tempo” tentei explicar que a personagem quis dizer que com o passar de um tempo, não especificado, ela conseguiria fazer determinada coisa, ou seja, quem sabe com o tempo (horas, dias, meses, anos) ela faria algo que no momento presente não sabia como.

Bom, é isso!


Espero que tenham gostado, até a próxima.

segunda-feira, 10 de outubro de 2016

autor: Universidade de Aveiro copyright: Universidade de Aveiro Olá, pessoas. A semana por aqui foi rotineira, entre estu...


autor: Universidade de Aveiro
copyright: Universidade de Aveiro
Olá, pessoas.

A semana por aqui foi rotineira, entre estudos e obrigações domésticas, passeios pela cidade e conversas com meus novos amigos. Como é sabido por todos, frequento aulas em várias turmas, pois estamos cursando disciplinas soltas sem uma turma específica. Desta forma, ainda que superficialmente pude conhecer várias pessoas, o que é muito bom.

O tempo está mudando por aqui, o sol não é tão mais quente e a noite sempre chega com uma leve névoa que se intensifica perto das 20h e permanece até por volta das 9h. Vou à universidade de bicicleta e é natural chegar lá meio úmido e com as mãos muito frias. 

O entardecer é muito bonito e é frequente ver o pessoal tomando sol nas escadas enquanto conversam com outros colegas. Estou tomando mais café, pois todo intervalo de aula é uma oportunidade para me reunir com algum colega e esperar a próxima aula saboreando um “abatanado”. O café aqui é mais barato, ao menos na nossa cantina, e sempre há algum amigo que se oferece para pagar o meu, me fazendo ainda mais feliz.

Falando em aulas, elas são bem dinâmicas e há bastante trabalho de casa. Na próxima terça-feira, apresento o meu primeiro trabalho. Terei entre 10 e 15 minutos para falar sobre variação linguística diatópica e também, nesse dia, serão abordadas as diferenças entre o português falado no Brasil e em Portugal com relação a esse tema. Um trabalho gostoso de fazer, pois estou aprendendo ainda mais sobre as nossas diferenças linguísticas e compartilharei meus conhecimentos com a minha turma.

A cadeira de Língua Portuguesa I é obrigatória para a turma do primeiro período, portanto, faço essa disciplina com a turma iniciante. Está sendo uma experiência muito interessante. O professor dividiu a classe em grupos de duas a três pessoas e deu um tema a cada um, tudo relacionado com a variação linguística, assim poderemos conhecer as variantes da língua portuguesa no Brasil, Portugal e em outros países em que essa é a língua oficial. 

Acredito que será ainda mais interessante. Foram disponibilizados no moodle os textos de apoio que devemos seguir para nos basearmos. O professor disse: “... Não descobrirão a pólvora”, algo como: “... Vocês não inventarão a roda”, para explicar que não será solicitado que faremos algo grandioso e é para ficarmos calmos, pois é só ler os textos de apoio e explicá-los de uma forma didática, rápida e compreensiva. Ainda que ele tenha falado isso, a aproximação da data da apresentação sempre gera um friozinho na barriga.

Nessas semanas de aula se nota que, não apenas a maneira de falar é diferente, mas também o uso dos provérbios para indicar um significado semelhante. A todo o tempo sou surpreendido por palavras novas que em um primeiro momento me desatam o riso frouxo, mas depois se tornam tão comuns que não soam mais engraçado.

Uma palavra que ainda acho estranho ouvir é “rabo”. Pode parecer esquisito escrever isso aqui, mas é apenas uma palavra comum usada em Portugal para se referir a bunda.  E não tem o mesmo sentido sexual que a palavra recebe no Brasil. Calma! Deixa-me explicar. Como eu disse em postagens anteriores eu estou fazendo Ioga, um curso livre oferecido pela Universidade, e nas aulas a professora diz: “Levante o rabo e permaneça” quando ouvi isso pela primeira vez achei tão estranho, que é óbvio: não aguentei o riso. 

Aqui em casa, eu usando o short da UFTM que está escrito meu nome atrás, um chinês me disse: “Angelo, o seu rabo tem um nome”. Hahaha... Imagina a minha cara, mas como eu já sabia eu sorri e disse: “Ah, sim. É meu nome, esse é um short da universidade que eu estudo no Brasil”.

Então, esse é apenas um exemplo das variantes linguísticas daqui e daí. A palavra “bunda” tem origem africana, assim como “Abadá”, “Cachaça”, “Miçanga” e inúmeras outras palavras.  Foi trazida pelos negros originados da África quando chegaram ao Brasil Colônia por meio do tráfico negreiro. Agora entendo o motivo dessa palavra não existir por aqui.

Amanhã tenho aulas de Linguística Textual, Espanhol III, Inglês e Yoga. Nas aulas de LT terminamos de ver os sete fatores de textualidade e agora estamos vendo a linguagem da notícia.

As aulas de Espanhol estão sendo um desafio, pois são muitos exercícios e leituras. Temos que escolher um livro entre duas opções, assistir um documentário para uma avaliação oral e produzir pequenos textos para a avaliação escrita. Isso sem contar os exercícios diários mais as duas avaliações do semestre. Às vezes me desespero e penso que não vai dar tempo. É um sentimento que todos nós conhecemos, mas, então, lembro-me de que sempre consigo cumprir os prazos, então fico mais tranquilo.

No inglês estou indo bem, mas ainda mantenho a minha cara de desespero quando chega a minha vez de falar. Estou gostando do curso é um desafio cotidiano, aumentar o léxico e tentar pensar em inglês.

As aulas de ioga estão cansativas, eu nunca pensei que ficaria tão cansado ao fazer aquelas permanências. Porém, é muito gratificante chegar em casa após a aula e poder dormir melhor e não me sentir culpado por estar sedentário.

Bom, pessoal é isso.

Até a próxima.

PS.: Veja mais fotos da universidade, clicando aqui.