terça-feira, 27 de setembro de 2016

Olá, pessoas. Espero que esteja tudo bem por aí, por aqui sinto que o tempo está voando. O outono chegou na madrugada do dia 23, mas...

Olá, pessoas.

Espero que esteja tudo bem por aí, por aqui sinto que o tempo está voando. O outono chegou na madrugada do dia 23, mas por enquanto não sinto seus efeitos bruscos. A rotina de estudo está ficando mais recheada, os professores já estão solicitando as leituras de alguns livros e estamos começando a iniciar os trabalhos.

Hoje quero contar com mais detalhes sobre as aulas e compartilhar uma notícia divulgada esta semana: a Universidade de Aveiro é a segunda melhor universidade portuguesa, de acordo com o ranking da Times Higher Education.

Como vocês sabem eu faço 5 disciplinas obrigatórias - em Portugal são chamadas de cadeiras. Espanhol III, Literatura Portuguesa III, Linguística Textual, Língua Portuguesa I e Literatura Infanto-Juvenil. Também me matriculei em dois cursos opcionais, Inglês Elementar e Yoga. Pode parecer estranho, mas eu ainda não me entediei com nenhuma aula e elas passam rapidamente. Alguns professores não seguem com a aula até o final, geralmente terminam 15 minutos antes, após o último exercício. Isso acontece, pois as aulas com duração de duas horas têm um pequeno intervalo de 15 minutos e até agora, por concessão da turma, não pedimos para interromper e seguimos trabalhando.

Os meus horários estão divididos entre manhã e tarde e as aulas são de 1 e 2 horas, com exceção da aula de Literatura Infanto-Juvenil – minha favorita até agora – com 3 horas de duração.

Em geral as aulas seguem um esquema. O professor disponibiliza o conteúdo previamente no moodle, o aluno descarrega o material, imprime e lê antes da aula. As aulas de duas horas mesclam teoria e prática, ou seja, o professor explica em uma hora e na outra fazemos os exercícios e os corrigimos, então não sobra muito tempo para ficar entediado, pois você presta atenção, faz anotações e na hora seguinte pratica tudo aquilo que aprendeu. Sempre têm exercícios e isso é bom.

A aula de espanhol III, segue o mesmo esquema. Na primeira estudamos a teoria e na seguinte há uma revisão mais exercício. Isso é bem dinâmico. Sempre segue com revisão e correção dos exercícios. Todos respondem as perguntas oralmente e os trabalhos são realizados em grupos de duas a quatro pessoas. Escutamos músicas relacionadas à matéria, escrevemos pequenos textos e seguimos para casa sempre com uma lista de exercício, não muito grande, geralmente de 3 a 5 questões.

As classes de Literatura III acontecem nas manhãs de terça e quinta-feira, a professora é muito simpática e sentamos em uma sala organizada em círculo. Ela pergunta se trouxemos os textos e verifica se temos a leitura prévia. Isso facilita o diálogo, pois mesmo que não se entenda muita coisa do texto lido, a conversa com a sua turma ajuda você a construir o raciocínio. Nessa aula não fazemos exercícios, ela é mais expositiva, mas não menos atrativa. É tanta informação, nomes diferentes que o meu caderno não tem mais campo para anotar tantas referencias. E a cada ¼ de hora a aula fica mais interessante.

Um adendo: aqui eles não falam nove e quinze, quatro e quinze é sempre 9 e um quarto, quatro e um quarto, isso dá uma leve confusão, mas estou me acostumando. Como o nosso departamento está em reforma, temos que nos deslocar de um departamento a outro para ter aulas e isso é sabido pelos professores que sempre nos perguntam se podemos começar a aula quinze minutos depois do horário, para facilitar o deslocamento deles e o nosso.

A aula de Linguística textual é muito divertida, às vezes eu acho que a professora é direta demais, até soa um pouco ríspida, mas é algo normal e provoca em mim alguns risos frouxos. É muito interessante a maneira com que ela discute a atribuição de sentido, pois como temos culturas diferentes em uma mesma turma, isso faz com que as diferenças culturais se tornem mais evidentes. Até agora estudamos o texto e textualidade, e estamos vendo um por um os sete conceitos da textualidade que Beaugrande e Dressler postularam. Uma coisa interessante também é que a bibliografia de apoio tem Irandé Antunes, Anna Bentes e Mussalim. Você que está lendo esse texto e já fez a disciplina Língua Portuguesa II sabe quem são essas pessoas e você que ainda não a fez, não se preocupe, irá conhecer em breve.

Como contei acima, Literatura Infanto-Juvenil é a disciplina que mais gosto. A professora é uma mulher que quando fala é impossível não prestar atenção. Ela inicia ou termina a aula com uma história, dá uma perspectiva diferente para a literatura destinada a crianças e jovens, aborda a sua importância e a maneira de introduzir e alimentar essa rotina de leitura. Nessa cadeira, iremos trabalhar com uma resenha crítica, que aqui se chama de recensão, e um guião de leitura, tudo explicado nas aulas e postado no moodle. Então é só produzir e levar para uma correção de apontamentos. Tipo um exercício prévio antes de fazer o trabalho pra valer. Iremos estudar a educação literária e o valor educativo da leitura no programa de Português do Ensino básico, as metas curriculares e o Plano Nacional de Leitura. Ah, e iremos estudar Beatrix Potter. Quando soube disso, fiquei muito feliz. Em 2016, comemoram-se 150 anos de nascimento dessa incrível escritora inglesa, autora de clássicos infantis. O filme Miss Potter, protagonizado por Renée Zellweger ajudará você ter uma noção de quem foi essa grande mulher.
 
Bom, gente é isso!

Ah, eu visitei a cidade de Fátima na sexta-feira passada, pois não tenho aulas nesse dia da semana. Distância apenas uma hora e meia daqui de Aveiro. Vou postar algumas fotos do santuário para que vocês possam ver, e em outra oportunidade escrevo para contar como foi prazerosa essa tarde e o comecinho de noite nessa cidade tão cheia de história.


Até logo, gente!

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Olá, pessoas. As aulas tiveram início no dia 12 de setembro, uma semana antes dos calouros, pois eles começaram nesta segunda-feira...

Olá, pessoas.

As aulas tiveram início no dia 12 de setembro, uma semana antes dos calouros, pois eles começaram nesta segunda-feira. Nós do PLI – UFTM estamos cursando cinco disciplinas em turmas diferentes, portanto somos “veteranos” aqui. Acredito que com as fotos anteriores vocês conseguiram ter uma ideia do tamanho da universidade. A Universidade de Aveiro é bem grande, há diversos cursos, alguns refeitórios e diversas cantinas, creio que cada departamento tenha os seus refeitórios e cantinas.

O nosso SISCAD se chama PACO – Portal Acadêmico On Line e é por meio dele que nós conseguimos saber sobre as disciplinas e tudo que envolve as atividades acadêmicas.  Segue o link, caso alguém tenha curiosidade e queira dar uma olhadinha: https://paco.ua.pt/. Para qualquer atividade no PACO precisamos entrar no sistema com o nosso e-mail institucional e a senha que criamos ao nos matricular.

A Universidade de Aveiro disponibiliza uma aplicação, como eles falam aqui, para que os alunos possam pesquisar as informações sobre a Universidade. O UAmobile é um app muito útil, ao baixá-lo temos que entrar com o nosso e-mail institucional e a senha, e em seguida o app nos mostra um quadro com várias opções. Nele podemos conversar entre nós, como um chat, saber sobre os anúncios e eventos que acontecem na universidade, nossas unidades curriculares, horário, datas, procurar salas, saber o cardápio do RU – Restaurante Universitário, entre outras coisas.

Eu estou cursando cinco disciplinas que estão distribuídas nas manhãs e tardes, de segunda à sexta-feira. As salas de aulas são bem amplas e somos dispostos na sala dependendo da matéria. Por exemplo, na aula de Linguística textual e Literatura Infanto-juvenil temos uma mesa que é dividida por dois colegas, na aula de espanhol III é como na UFTM, uma cadeira com uma mesa acoplada e na aula de Literatura III sentamos em círculo. Ainda não tive Língua Portuguesa I, pois como se trata de uma disciplina do primeiro período, terá início somente na quarta-feira. Os alunos são bem participativos, se oferecem para ler e interagem muito com a professora e os colegas. O trabalho desenvolvido pelo professor oferece, alternadamente, exercícios individuais e em grupo.
As aulas de Espanhol III são divertidas, pois todos falamos em espanhol, produzimos pequenos textos e a gramática é apresentada com diversos exercícios, parece que ninguém tem vergonha de errar, pois respondem a todas as perguntas da professora, sendo essas respostas certas ou não.

A manhã na universidade é muito bonita, nessa época do ano enquanto o frio não chega, o sol nasce esplendoroso, parece abraçar a universidade inteira, o céu azul e o vento constante fazem com que você agradeça por essa vista tão animadora. Na hora do almoço, por volta do meio dia, eu sempre almoço no RU e pago 2,55 euros. Aqui não existe a “Casa do Xérox”, pois é no moodle que são disponibilizados os nossos textos e slides. É bem simples, você entra na sua página, escolhe a disciplina que queira fazer o download e imprime. Todos os professores enviam à ferramenta seus materiais e o preço da impressão é igual ao da cópia, algo em torno de 5 “centavos”, mas se você quiser imprimir em outro lugar é só salvar no pen drive e buscar uma opção mais barata.

A biblioteca é imensa, uma porta larga e uma parede de vidro te recepcionam, acima uma mensagem bem clara solicita silêncio. Por todo o campus a internet pega, na biblioteca há tomadas nas mesas e, sobre elas, lâmpadas para melhorar a iluminação, se for preciso.

Nessa semana pude observar algumas coisas interessantes. A primeira delas foi o café. Quando você vai até a cantina pedir um, eles fazem e colocam em uma xícara pequena só um cafezinho, e eu sempre fico com aquela cara: Poxa, só esse “tiquinho”? Descobri ontem que tenho que pedir café longo, a partir de hoje só peço assim.
Outra coisa é a maneira como falam. "Santinha" é "saúde" após espirrar, "força", serve como um "faça", "entre na sala", "fixe" é "legal", "gira" é "bonita", imagine a frase: "Olha lá, aquela bomba bonita" aqui seria: "Olha lá, aquela bomba gira". Ah, e sem falar no uso do verbo perceber substituindo o entender, pois não percebi, é o nosso não entendi, isso é natural por aqui. Eu sempre "bugo", mas já estou me acostumando a perceber. Ainda sobre a maneira de falar, eles quase nunca usam o gerúndio para a ação que está acontecendo, sempre é A + verbo. Eu digo: Estou estudando, estou lendo, estou caminhando, eles dizem: Estou a estudar, estou a ler, estou a caminhar.

Sobre acessibilidade, no que pude observar nessa semana é que a universidade tem rampas de acesso e eu vi, até agora, apenas dois alunos com necessidades especiais, uma cadeirante e um menino com muletas, ambos, parecem conseguir se locomover sem grandes dificuldades. Não há alunos com necessidades especiais na minha classe e as monitorias, aqui tutorias, são dadas pelos professores após agendarmos um horário durante a semana.

A universidade oferece muitos cursos extracurriculares, há aulas de idiomas, esportes e até ioga. Tem também a Tuna Universitária de Aveiro, ainda não sei muito sobre ela. Pelo que entendi do que a professora disse, é uma reunião de universitários que cantam em um coral, tocam instrumentos, dançam com acrobacias e se encontram para ensaiar e conversar. Vou tentar ir em uma dessas reuniões e na próxima vez eu conto como foi.

Bom, acredito que seja isso, uma primeira semana de aulas bem motivadora para um desafio de estudos e disciplina. Convido você a perguntar algo que tenha curiosidade, afinal este texto não abrange tudo, apenas uma visão superficial e até limitada dessa grande semana.


Até a próxima, pessoal!

domingo, 11 de setembro de 2016

Hoje é domingo. Estou em Aveiro e há uma névoa que cobre a cidade e nos faz andar pelo sol nos esquivando da sombra fria. Geralmente as...


Hoje é domingo. Estou em Aveiro e há uma névoa que cobre a cidade e nos faz andar pelo sol nos esquivando da sombra fria. Geralmente as manhãs são assim.

A semana foi intensa, pois convivi com mais colegas e caminhamos muito. Essa semana pude conhecer mais os três chineses que dividimos a moradia, são pessoas muito simpáticas, sorridentes, gentis.  Oferecem a sua comida, olham para você enquanto você fala e balançam a cabeça no sim, enfim, estou muito feliz de poder conviver com essa nova cultura.

Conheci também a Jasmim e a Eva, duas chinesas que moram no 2º. andar, visitamos juntos a praia da Barra ontem e foi novamente divertido. Eu não falo muito bem em inglês, mas estou aprendendo a me comunicar com elas quando o português não é suficiente.

As aulas começam amanhã e às 9h da manhã até às 11h tenho aula de Linguística Textual e das 16h às 18h terei Espanhol III. Estou feliz e um pouco ansioso para conhecer como será a rotina da universidade e as aulas. A Universidade é muito grande, há muitos cafés e restaurantes por toda a universidade, parece que cada departamento há o seu.

Conheci mais Aveiro esses dias e descobri mais um caminho para voltar pra casa, já é mais difícil eu me perder. 

Quando converso com os chineses eu falo mais devagar o português e estou aprendendo algumas palavras novas. É divertido caminhar e conversar com eles, pois quando estamos em dúvida do que falamos rimos alto e em seguida falamos: What? I don’t understand. Sei que é a hora de falar ainda mais devagar e buscar outras palavras para ser entendido, os gestos são inevitáveis, gesticulo, aponto e nos entendemos com um: OK! Yeah! Hahaha... É engraçado.

Aqui anoitece por volta das 20h, as roupas demoram a secar, pois a noite o tempo fica mais úmido e cai um garoa bem fina. Tudo é uma descoberta e isso é motivante. Ao conversar com meus novos amigos eu desconstruo ideias preconcebidas e isso é muito interessante. Há uma troca de ideias muito edificante.

Amanhã começam as aulas e escreverei como será essa nova semana.


Até logo.

segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Era o penúltimo dia de agosto, perguntei a Júlia se ela gostaria de visitar Coimbra. Ela aceitou e fomos. Partimos sob um céu azul e um d...

Era o penúltimo dia de agosto, perguntei a Júlia se ela gostaria de visitar Coimbra. Ela aceitou e fomos. Partimos sob um céu azul e um dia mais quente que o anterior. Diferente de Porto, tomamos a direção oposta na linha do comboio.

Mais uma vez vi muitas plantações de milho e extensos terrenos vazios. Próxima paragem... Oiã, Oliveira do Bairro... tão bom estar no comboio, seria melhor se pudéssemos abrir as janelas, sentir o ar fresco no rosto enquanto me imaginasse voando. 

Essa viagem foi mais habitual, pois já estou me acostumando à paisagem e pudemos conversar mais. Fui repreendido que na viagem anterior eu só ficava anotando no caderninho e não interagia, portanto essa viagem foi mais comunicativa, demos risada, falamos sobre os vídeos engraçados da Porta dos Fundos. São interessantes os nomes das paragens, Mogofones, Curia, Mealhada. Assim como Porto, Coimbra tem duas estações, Coimbra B que vem antes e Coimbra onde descemos.

A estação de Coimbra é pequena, só havia dois trilhos. Chegamos famintos e fomos buscar um lugar para almoçar, encontramos em um beco de pedras e casas altas um restaurante que oferecia um almoço por 6 euros. O serenata é o nome do restaurante, próximo a estação. Ali tivemos um almoço tranquilo por um preço acessível. Sopa e pão, carne ou peixe, vinho ou sumo, e para finalizar um café, ficamos aí. Um lugar aconchegante, com parede de pedras e pratos decorativos, uma janela e uma porta de madeira bonita e um senhor simpático nos veio atender.

Fomos visitar à Universidade de Coimbra e descobrimos que há pacotes turísticos de visita a escolher, ou seja, você é apresentado a alguns pacotes e escolhe o que quer visitar, paga um valor estipulado e vai conhecer. Escolhemos visitar o Paço das Escolas, que incluía Capela de S. Miguel e a Biblioteca Joanina, e subimos na torre, esse pacote custa 10 euros.

O Paço das escolas erguido no final do século X foi em tempos o Paço Real da Alcáçova (residência fortificada ou cidadela construída num dos pontos culminantes da colina), carregado de simbolismo pela presença do poder político, passa também a simbolizar o poder da cultura e do conhecimento. Esse é um pátio muito grande onde está a Estátua de D. João III.

É quase impossível escrever superficialmente em uma só postagem tantas coisas interessantes que a Universidade pode proporcionar. O que ajuda muito é um guia informativo sobre a Universidade, que depois você fica de boca aberta com tanta história.

A Biblioteca Joanina, inicialmente “Casa da Livraria”, a sua construção foi iniciada em 1717, sob encomenda do rei D. João V (daí a sua designação “joanina”).  Só para falar uma coisa, dessa imensidão de informação, menciono os tetos da biblioteca, que são 3. Teto 1 (entrada), teto 2 (central) e teto 3 (junto ao quadro), cada um com suas particularidades, são belíssimos.

A Torre edificada entre 1728 e 1733, foi projetada pelo arquiteto romano António Cannevari para substituir a anterior seiscentista (João de Ruão, 1561). A torre aloja os sinos que regulam o funcionamento ritual da Universidade, sendo o mais conhecido “a Cabra”.

Por fim, há a Sala do Exame Privado, Órgão da Capela, Portal Manuelino da Capela de S. Miguel, a Insígnia da Universidade, Via latina e muitas outras atrações que deslumbram os olhos e você se perde em meio a tanta informação, dá vontade de ver tudo e saber de tudo, mas o tempo é curto.

Conhecemos a faculdade de letras, uma escadaria nos leva até a recepção que ao entrar, do lado direito há uma pintura gigantesca, mas nada para visitar, além disso, ao menos foi o que nos informou a senhora que estava ali, na recepção.

Depois dessa visita voltamos para a estação de comboio e em seguida para a casa, cansados e satisfeitos com esse dia tão cheio de descobertas.



Segue o link das fotos em Coimbra.

Vídeo 1: Indo à Universidade de Coimbra, subindo o Morro.

Vídeo 2: Continua subindo – Rio Mondego que banha a cidade de Coimbra.

Vídeo 3: Explicando o caminho, a ladeira e a facada.

Vídeo 4: Na Universidade de Coimbra, vista de cima.

Vídeo 5: Um giro no Paço das Escolas

Olá Pessoal. Vou contar hoje como foi conhecer a segunda maior cidade de Portugal – Porto.  Muitas pessoas com quem eu converso ach...


Olá Pessoal.

Vou contar hoje como foi conhecer a segunda maior cidade de Portugal – Porto.  Muitas pessoas com quem eu converso acham Porto uma das mais lindas cidades portuguesas.

Era uma manhã nebulosa, assim que acordei percebi que os planos de conhecer a praia naufragaram, o clima estava frio, mas não muito, o céu estava cinza.
Decidimos ir a Porto, fomos até a estação e enquanto esperávamos o comboio comemos ovos moles. Essa sobremesa tem um gosto, obviamente, de ovo e é muito doce, em minha opinião. Como é um doce típico é muito famoso por aqui e se encontra fácil.

No comboio, ao meu lado, havia um grupo falando em inglês, na minha frente um senhor de chapéu branco e fones de ouvido falava espanhol, atrás ouvi um sotaque português que vinha de uma conversa de quatro amigas, estávamos a caminho do Porto – São Bento.

Aqui há duas estações quando se vai a Porto, primeiro se para em Porto – Campanha, que é a estação internacional, que se usa para ir a outros países, como à Espanha, e em seguida Porto – São Bento, que fora o nosso destino esse dia. A viagem foi bem tranquila, cada estação é comum o entra e sai de pessoas. Durante a viagem pude observar, através do vidro embaçado do comboio, casas e jardins muito bem cuidados, outros nem tanto, havia muita casas decoradas com azulejos, uma vegetação presente e algumas fachadas pintadas. Também percebi que é corriqueiro plantarem milho que se alterna entre uma propriedade e outra. Aqui podem pegar um comboio com a sua bicicleta e com animais. É comum entrar em um comboio e sentar ao lado de um ciclista, com aquelas roupas bem característica, de mochila, óculos e capacete e com pessoas e seus cachorros. As árvores no caminho são menos regulares, algumas parecem eucaliptos, outras carvalho ou pinheiros.

Quando você viaja em comboio compra a sua passagem no guichê, vai à plataforma e a valida em umas máquinas amarelas ao entrar no trem, durante a viagem há um senhor que fiscaliza, de um por um, ele pede o seu ticket, sua passagem, e passa na maquininha dele, parecem aquelas de cartão de crédito, assim ele a confere se está validado, a entrega e segue o seu caminho.

As estações por onde passei me fizeram recordar as viagens de trem que fiz na infância, o mesmo sentimento, o barulho, e a paisagem me fez feliz em uma conquista tão simples.

A névoa que caia pela manhã ainda se mantinha e através do vidro da janela podia ver que a estação se cobria com um manto branco, o cenário se alternava com árvores próximas, jardins, casa de dois andares de azulejos, igrejinhas de pedras, pinheiros.

Aqui não se fala parada e sim paragem. É comum ouvir: Próxima paragem: Valadares, pois não ouvirá: Próxima parada: Valadares. Soa diferente aos meus ouvidos, mas essa e outras palavras serão incorporadas cotidianamente no meu vocabulário. 

Enquanto conversava com a Júlia ou dava uns “cochilinhos” rápidos fui tocado por uns raios de sol que conseguiram romper as grossas nuvens, atingiu a janela e me fez um presente. E ao entrar em uma nova estação já não havia mais a névoa. Chegamos a Gaia as 13h09, uma estação amarela com pedras cinza simples e pacata, próxima paragem: General Torres.

Às vezes me surpreendo, deixo de observar, o amontado de casas para conversar algo e perco o deslumbrante cenário que me passa tão rápido sem eu o perceber. Eu estou gostando tanto de viajar de comboio, pode soar estranho isso, mas vejo a sombra da caneta deslizar sobre o papel branco e tento captar algo que está acontecendo aqui para que vocês possam aí, ter a noção do que está acontecendo, é outra realidade, é muito bonito. Podemos observar uma paisagem magnífica, de uma ponte gigante, um rio grande, uma areia e barracas. Ao redor muitas árvores e eu em alta velocidade apenas contemplo. Próxima paragem: Porto – São Bento, lá fora, marcava o termômetro, 26 graus e por volta das 13h18.

Temos 4 horas de diferença com o horário de Brasília, ou seja, quando aqui são 10h da manhã, no Brasil ainda são 6h. Ainda não me adaptei certinho com o horário, vou dormir tarde, acordo durante a noite e tenho dificuldade de acordar pela manhã, mas aos poucos vou me acostumando.

Chegamos a Porto, uma estação gigante, me faz lembrar a estação da Luz em São Paulo, pois é a minha referência, há pessoas que podem dizer que não tem nada a ver.

Acredito que as fotos farão da cidade ainda mais bonita, Porto tem uma praia linda, com pedras ao redor, pessoas dispostas e alegres, uma estação belíssima e muitas e muitas coisas lindas, como a arquitetura, as ruas, os trenzinhos, as fontes, os castelos de pedras e as atrações artísticas de graça.

Observem as fotos e viagem nesses cenários tão lindos da cidade de Porto.

Até logo.

Segue o link das fotos em Porto.

Vídeo 1: A estação de Porto – São Bento. Doro e Minho são os rios, veja escrito no teto da estação.

Vídeo 2: Na Ribeira 2.

Vídeo 3: Na Ribeira 3.